terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Milonga.

"E os teus olhos que não podem nem mais se fechar, se toda vez que fecham te fazem lembrar memórias que a mente insiste em guardar pra te fazer chorar."
Eu tento me parecer forte diante dos meus inimigos, pois eu receio que um dia eles me vejam caída. Mas aí, enquanto eu estou pisando em ovos para parecer forte o tempo todo, vêm os meus aliados, aqueles que eu penso que me darão sempre a mão quando eu precisar e me empurram, me jogam na lama e debocham, zombam e pisam em mim. Eu tento achar uma luz no meu buraco, mas a luz que brilhava tão perto, hoje parece estar ofuscada, distante e eu me desespero. É difícil demais acreditar que sua própria mãe possa ser tão cruel a ponto de te rebaixar a tão pouco.
Desde que eu comecei a namorar o Douglas, eu fui criando uma barreira entre eu e minhas fraquezas e já fazia tempo que não ligava para o que diziam e aí minha mãe e minha avó se reúnem para me destruir, para me deixarem num estado que eu nem mais lembrava, estava distante. Eu me sinto insegura, fraca e indefesa de novo. Elas assinaram o meu contrato com o fracasso, sem drama. De tanto falarem que eu nunca vou ser ninguém na vida, eu vou acabar acreditando.
E aí eu acabo remexendo meu passado, vou lembrando de toda a dor e junta com as novas ofensas, as novas palavras e eu me pergunto: É mesmo minha mãe? Complicado você saber que saiu do ventre de uma pessoa que parece te repugnar, que te trata como se fosse um favor, como se te criasse por obrigação. Uma pessoa que te trata tão diferente das tuas irmãs, que te acha um estorvo na vida dela. Como é que a gente lida com isso?
#Estou de volta ao meu inferno pessoal, por muito tempo achei que isso era normal...

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