quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é… Autenticidade."

Em algum momento da minha vida, não me lembro mais quando, ou sei lá, na época do fundamental, era muito difícil de me aceitar. Não sei se porque eu era realmente estranha e as pessoas pareciam me evitar, ou porque eu queria amigos e a maioria deles não queriam que eu fosse daquele jeito. Só sei que eu "mudei" várias vezes para agradar os outros, principalmente meninos. É, quando eu ficava afim de um menino, começava a escutar as músicas que ele gostava, ou então passava a me vestir de uma forma que pra mim não era confortável, mas que era parecido com as outras meninas. E eu sempre me decepcionava com o menino e sofria por não ser aceita por ninguém. Isso deve ser normal nas meninas, eu acho, principalmente quando estamos passando da infância pra adolescência. Mas eu não sei se foi com todo mundo, porque as outras meninas que andavam comigo, já tinham namorado trilhões de vezes ou ficado com vários garotos, e eu era rejeitada por todos. Eu fingia não me importar com isso, mas no fundo doía bastante e lá ia eu mudar de novo.
Um dia, eu percebi que isso não ia dar certo, e que eu realmente gostava de como eu era. Acho que foi quando pela décima quinta vez, uma amiga me disse para tirar a argolinha do nariz, que eu ficaria bem mais bonita. E eu que já estava cansada de escutar isso revidei dizendo que eu me sentia bem assim e que se gostassem de verdade de mim, me aceitariam com adereços, dívidas e defeitos. E me senti bem. Aceitei que se fosse pra eu namorar, namoraria com alguém que gostasse de mim como eu sou, sem ter que mudar nada. E eu me senti mais segura, com uma autoestima melhor e isso mudou tudo. Tive namorados depois disso, na verdade estou com o terceiro e o que mais e melhor me aceitou. Isso já faz um ano e quase dois meses e ele me aceita bem demais, chega a ser estranho. Me acha bonita até quando acordo. Vê se pode? UAHUAUHUHA
Claro, eu continuo estranha, talvez até mais. Me visto de uma forma diferente o suficiente pras pessoas ficarem me olhando com cara de incredulidade e eu adoro ser assim, acho que eu não seria feliz de outra forma. Minha mãe gosta do meu jeito, só me enche o saco por eu ser magra demais, mas eu também não vou engordar só porque ela quer. Antes ser magra, porque estou cansada de escutar minha irmã mais velha falando que quer emagrecer. Eu estou feliz, isso que importa. Se a cor do meu cabelo ou dos meus olhos é feia, eu gosto dela, acho que combina comigo. Até mesmo a minha magreza, gosto dela, é parte de mim e não quero mudar nada. Quero ser um pouco mais feminina, mas por escolha e decisão minha, não porque as pessoas querem. Quero saber como é usar salto pra sair, e vestidos, até mesmo pra ficar em casa. E ainda sim, eu me sentirei eu mesma.
E nunca mais vou cometer o erro de mudar por outra pessoa, porque certamente ela não faria o mesmo por mim. E sabe o que eu aprendi com isso? Que a maioria das pessoas são idiotas, e que os meninos se vestem quase todos iguais. E que se eu amar primeiro a mim mesma, o mundo todo passa a ser mais bonito.