segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Infância.


"E se lembrou de quando era uma criança e de tudo que vivera até ali, e decidiu entrar de vez naquela dança."


Semana passada, quando ainda estava tudo complicado, embaraçado, confuso, eu resolvi rever conceitos de todos os tipos. Eu revi minhas amizades, amores, família... Principalmente família! E eu fiz uma limpeza geral em absolutamente tudo, e me libertei de coisas de muitos anos... Eu parei pra pensar em como foi minha infância, ou melhor, como foi minha vida desde que meu pai faleceu, tentei resumir minha vida desde aqueles 1 ano e 11 meses. E semana passada eu percebi que durante esses quase 14 anos, eu me fiz de vítima, eu culpei o tempo todo a minha mãe, eu a culpei por não ter tido uma infância, eu a culpei por não ter tido carinho, eu a culpei por eu ter me criado sozinha. Mas eu esqueci de uma coisa, talvez a mais importante. Que além de meu pai, ele era o marido dela. Eu esqueci que ele partiu deixando duas filhas, deixando mamãe desamparada e sem ter pra onde correr. Quando eu parei pra refletir verdadeiramente sobre isso, eu me senti o ser mais egoísta do mundo, eu percebi como eu fui egocêntrica durante todo esse tempo... Não diminuo minha dor, mas aumento a da minha mãe. Estava lembrando das histórias da minha mãe ter entrado em depressão profunda depois que ele partiu, de quando vovó me contou que ela tentou se jogar no mar porque não aguentava mais, e lembrando disso tudo, eu percebi que minha mãe é a pessoa mais forte e mais foda que existe, por mais que ela tenha defeitos, todos nós temos e eu me orgulho tanto dela por ter aguentado a barra sozinha, porque criado nós três sozinha. E eu só quero ser alguém, pra poder retribuir todo o esforço, pra ser a filha que ela sempre quis... Porque eu sei que assim como eu sou carente, ela pode ser muito mais que eu, e ela já sofreu MUITO mais do que eu nessa vida. Na boa, minha mãe, é muuuuuito mãe. *-*
Mas sem fugir do propósito, eu revendo minha infância esses dias também, percebi que eu fui uma criança feliz, porque como toda criança, eu tinha um mundo secreto, onde só entrava quem eu queria, e tudo lá acontecia do jeito que eu queria.. Lá eu era uma princesa, que tinha muitos amigos, e que quando voltava da escola, tava voltando pro palácio, pra poder ir brincar com suas bonecas... Eu realmente não me lembro de sentir tanta falta de carinho naquela época, o que hoje é tão essencial pra mim... Mas enfim, hoje eu to meio der, não to dizendo coisa com coisa... O que eu queria realmente passar, é meu agradecimento à mamãe e dizer que apesar de tudo, eu fui uma "criança" feliz, uma criança de muita responsabilidade desde cedo, mas feliz!

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